Desde que a Patagonia foi fundada em 1973 pelo renomado ambientalista e empresário Yvon Chouinard, a marca de roupas de aventura dos EUA conquistou elogios por suas cadeias de abastecimento sustentáveis e pela defesa do meio ambiente. A empresa atualizou recentemente sua declaração de missão para refletir a urgência da crise ambiental: "Estamos no negócio para salvar nosso planeta".
A Patagonia foi escolhida como Campeã da Terra na categoria Visão Empreendedora, devido a uma combinação dinâmica de políticas que coloca a sustentabilidade no centro de seu modelo bem-sucedido de negócios.
De uma pequena fábrica de ferramentas para alpinistas, a Patagonia se tornou líder global em sustentabilidade. Seu esforço para preservar os ecossistemas do planeta percorre todo o negócio, dos materiais utilizados na fabricação de seus produtos à doação de dinheiro para causas ambientais.
A Patagonia se descreve como A Empresa Ativista e é clara sobre seus objetivos: “Na Patagonia, levamos em consideração que toda a vida na Terra está ameaçada de extinção. Nosso objetivo é usar os recursos que temos - nossos negócios, nossos investimentos, nossa voz e nossa imaginação - para fazer algo a respeito”.
Quase 70% dos produtos da Patagônia são feitos de materiais reciclados, incluindo garrafas plásticas, e o objetivo é usar 100% de materiais renováveis ou reciclados até 2025. A empresa também usa cânhamo e algodão orgânico. Ela está comprometida com a simplicidade, a utilidade e a durabilidade - um empreendimento inovador em um mundo onde a fast fashion é a norma para muitas empresas e consumidores.
A Patagonia criou o programa Worn Wear para incentivar os consumidores a consertarem e reciclarem seus produtos, contrapondo a cultura da moda rápida, que mantêm consumidores presos em um ciclo vicioso de consumo e desperdício.
A Patagônia também investe no futuro. Desde 1986, a empresa contribuiu com pelo menos 1% das vendas anuais para a preservação e restauração de áreas naturais. Em 2002, Chouinard e Craig Mathews, fundador da Blue Ribbon Flies, criaram uma organização sem fins lucrativos chamada 1% for the Planet, para incentivar outras empresas a fazerem o mesmo.
Graças ao seu compromisso de 1%, a Patagonia forneceu mais de US$ 100 milhões para organizações de base e ajudou a treinar milhares de jovens ativistas nos últimos 35 anos.
Em 2018, a Patagônia disse que daria mais US$ 10 milhões, economizados em um corte de impostos federais de 2017, a grupos de base que defendem o ar, a água e a terra do planeta, bem como aos envolvidos no movimento de agricultura orgânica regenerativa - uma abordagem holística ao cultivo que prioriza a saúde do solo e a captura de carbono da atmosfera.
A Patagônia está trabalhando com cerca de 100 pequenos agricultores que cultivam algodão usando práticas regenerativas na Índia, e planeja expandir esse número para 450. Os agricultores controlam pragas com armadilhas e arrancam ervas daninhas e colhem o algodão manualmente. A agricultura regenerativa há tempos tem sido uma prioridade para a Patagonia, tanto por meio de suas roupas quanto por sua linha de produtos alimentícios, Patagonia Provisions, que têm como objetivo remodelar a cadeia alimentar.
Como parte de sua agenda de defesa de questões ambientais, a empresa também criou o Patagonia Action Works, que conecta indivíduos comprometidos a organizações que trabalham com questões ambientais na mesma comunidade.
O Prêmio Campeões da Terra é a maior homenagem ambiental das Nações Unidas. Foi criado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente em 2005 para comemorar figuras de destaque cujas ações tiveram um impacto positivo e transformador para o meio ambiente. De líderes mundiais a defensores ambientais e inventores de tecnologia, os prêmios reconhecem pioneiros que estão trabalhando para proteger nosso planeta para as próximas gerações.
Os vencedores anteriores na categoria Visão Empresarial incluem o Aeroporto Internacional de Cochin, na Índia, o primeiro aeroporto de energia solar do mundo (2018); Paul Polman, ex-CEO da Unilever (2015); e o Green Building Council dos EUA, uma organização privada sem fins lucrativos que está transformando edifícios em todo o mundo (2014).
Em 2017, a Patagônia recebeu o prêmio Accenture Strategy de Economia Circular Multinacional no Fórum Econômico Mundial em Davos por impulsionar a inovação e o crescimento enquanto trabalha para reduzir a dependência de recursos naturais escassos.