22 Jan 2020 Notícia Nature Action

Perda de biodiversidade é tema de concurso global de cartazes

  • A categoria de meio ambiente da 16ª edição da Bienal Internacional de Cartazes, sediada no México há três décadas, será dedicada à biodiversidade

  • Artistas de todo o mundo são convidados a enviar seus pôsteres até dia 15 de maio de 2020

  • Biodiversidade é o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente de 2020

Cidade do México, 22 de janeiro de 2020 – Aproveitando a força da arte para ampliar a conscientização ambiental e inspirar ações diretas, a 16ª edição da Bienal Internacional de Cartazes anunciou um convite para inscrições, convidando artistas a inscrever cartazes em seis categorias, um dos quais é dedicado a questões ambientais.

A chamada está aberta até 15 de maio de 2020.

Nos últimos 30 anos, cerca de 70.000 pôsteres de cinco continentes foram submetidos para esta exposição, que acontece na Cidade do México. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) é parceiro da Bienal desde 1990, patrocinando a categoria ambiental.

A edição deste ano será dedicada à biodiversidade, que é o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente 2020, a maior plataforma da ONU para divulgação pública ambiental, comemorada anualmente em 5 de junho. A Colômbia sediará as comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente de 2020.

Artistas de todo o mundo participam anualmente da Bienal Internacional de Cartazes, usando suas ferramentas e criatividade para descrever os desafios de nosso planeta visualmente. Ao destacar questões relevantes e urgentes, os cartazes fazem com que fatos desconfortáveis sejam difíceis de serem ignorados.

Maja Zurawiecka, uma artista plástica da Polônia, por exemplo, usou um pôster grotesco de uma mão humana decepada para retratar as ameaças à floresta nativa Białowieża, patrimônio mundial que faz fronteira entre seu país e a Bielorrússia.

“A mensagem do meu pôster era simples: não somos nada sem a natureza. Quando você corta uma árvore, é como se estivesse cortando sua própria mão. Você está tirando um pedaço da nossa vida neste planeta”, disse Zurawiecka, que conquistou o primeiro lugar na 14ª edição da competição.

https://youtu.be/r7VXrFJelFM

Algumas das questões ambientais urgentes que os artistas participantes do concurso abordaram incluem, biodiversidade, poluição plástica, aquecimento global, economia verde e redução da pegada de carbono da área alimentícia. Na última edição do concurso, 1.645 pôsteres foram submetidos à categoria ambiental. O designer chinês Yongkang Fu conquistou o primeiro lugar por sua peça “Living Space”, que evocou poderosamente o impacto prejudicial da poluição plástica na vida marinha.

2020 foi rotulado um 'grande ano' para o meio ambiente, no qual as principais reuniões internacionais devem definir a agenda de ações ambientais da próxima década, incluindo a 15ª reunião da Conferência das Partes (COP15) da Convenção sobre Diversidade Biológica, em Kunming, na China, e a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, em Glasgow. A COP15 discutirá a ousada proposta de proteger 30% de toda a terra e mar do planeta.

Segundo um relatório histórico da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas em Biodiversidade e Ecossistema (IPBES), divulgado em 2019, um milhão de espécies estão em risco de extinção devido a alterações no uso da terra e do mar, à poluição, à mudança climática e à superexploração de recursos.

A saúde dos ecossistemas dos quais nós e todas as outras espécies dependemos está se deteriorando mais rápido do que nunca, de acordo com Sir Robert Watson, ex-presidente do IPBES, que acrescenta que os seres humanos estão corroendo os próprios fundamentos de nossas economias, meios de subsistência, segurança alimentar, saúde e qualidade de vida.

"Este ano, o tema da bienal é mais relevante do que nunca, pois estamos experimentando uma perda irreversível de biodiversidade em uma escala sem precedentes", disse Leo Heileman, diretor regional do PNUMA para a América Latina e o Caribe. "Estamos muito orgulhosos de continuar esta parceria prolífica com a Bienal Internacional de Cartazes, que acontece na Cidade do México, um dos centros culturais mais vibrantes das Américas".

"O cérebro leva apenas três segundos para guardar um bom cartaz na memória", disse Xavier Bermúdez, Diretor da Bienal desde a sua fundação. “A Bienal Internacional de Cartazes, em colaboração com o PNUMA, amplia a conscientização e inspira as pessoas a agir, mudando seus estilos de vida. Não basta gerar inquietação - um bom cartaz deve também motivar as pessoas a tomar medidas positivas".

A escala da atual degradação da biodiversidade é incomparável; o relatório do IPBES alerta que mais de um terço de todos os mamíferos marinhos, mais de 40% das espécies de anfíbios e 10% dos insetos estão ameaçados.

“A mudança começa com a conscientização. Consciência de que não estamos sozinhos no planeta Terra. Consciência de que todas as nossas decisões e ações têm repercussões em outros seres humanos, animais e plantas”, disse Fatoumata Dravé, uma designer canadense que conquistou o segundo lugar na Bienal em 2016. Sua peça, intitulada "Toxicité", tratou das consequências devastadoras da produção de alumínio na vida marinha.

"Sempre pensei na forma como designers gráficos podem contribuir e se manifestar sobre questões sociais", acrescentou. "Aproveitei a oportunidade da Bienal para fazer um cartaz baseado nas pesquisas sobre biodiversidade com uma mensagem que poderia gerar um impacto".

 

MAIS INFORMAÇÕES

Sobre o PNUMA

O PNUMA é a principal voz global em questões ambientais. Ele fornece liderança e incentiva a parceria no cuidado com o meio ambiente, inspirando, informando e capacitando nações e povos a melhorar sua qualidade de vida sem comprometer a das gerações futuras.

Para imprensa, favor entrar em contato:

Roberta Zandonai, Gerente de Comunicação Institucional, PNUMA, roberta.zandonai@un.org