DISCURSO PROFERIDO POR: Inger Andersen
PARA: Conferência de imprensa pré-UNEA 6 com o Governo do Quênia
LOCAL: Nairóbi, Quênia
Permitam-me começar apresentando as minhas condolências a todos os afetados pela trágica explosão de gás em Embakasi.
Meus agradecimentos a Soipan Tuya, Secretário de Gabinete para Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Silvicultura da República do Quênia pelo apoio e parceria do governo em sediar a sexta Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, conhecida como UNEA-6.
Como o principal órgão de tomada de decisão do mundo sobre o meio ambiente, a UNEA-6 reunirá ministros, organizações intergovernamentais, o sistema mais amplo da ONU, grupos da sociedade civil, a comunidade científica e o setor privado para moldar a política ambiental global. Este ano, esperamos que mais de 70 ministros e 3.000 delegados se juntem a nós em Nairóbi. Atualmente, temos 20 projetos de resolução e dois projetos de decisão apresentados para os países discutirem. A Sra. Ochalik compartilhará mais sobre isso. Falarei sobre o contexto mais amplo da UNEA-6 e o que ela significa.
Enquanto nos preparamos para essa assembleia, é claro que o mundo tem uma lista de obrigatoriedades ambientais. Essa é uma lista obrigatória para enfrentar o que nós, no PNUMA, chamamos de tripla crise planetária: a crise das mudanças climáticas, a crise da perda de natureza e de biodiversidade, e a crise da poluição e resíduos. Essa crise afeta desproporcionalmente o continente africano, incluindo o Quênia.
Os impactos estão aqui e estão crescendo. O ano passado foi o mais quente já registrado, trazendo tempestades, secas e incêndios florestais mais intensos. As espécies estão sob enorme pressão, as florestas estão acabando e os solos estão se tornando inférteis. Milhões de pessoas estão morrendo todos os anos devido à exposição à poluição e a produtos químicos.
Há uma resposta global à crise. As negociações climáticas do ano passado sinalizaram o fim dos combustíveis fósseis e o fundo de perdas e danos se tornou operacional, com promessas de mais de US$ 700 milhões. Vimos um novo Marco Global sobre Produtos Químicos e o primeiro ano completo de operação do Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal. Estamos nos estágios finais das negociações sobre um instrumento global sobre poluição plástica – um resultado fundamental da UNEA-5. Existem dezenas de outros acordos ambientais multilaterais globais e regionais, muitos deles sediados pelo PNUMA.
Então, nós temos os compromissos. Conhecemos as soluções. Há finanças mais do que suficientes no mundo para fazer o trabalho, se redirecionado para os lugares certos. O trabalho agora é ir mais longe e mais rápido nos esforços para acabar com a tripla crise planetária.
É por isso que, este ano, a UNEA-6 colocará um foco especial em como um multilateralismo mais forte pode nos ajudar a fazer isso. A UNEA-6 impulsionará uma ação unida, inclusiva e multilateral que aborda todas as vertentes da tripla crise planetária como um desafio indivisível. Somado às resoluções centrais, teremos uma Assembleia do Meio Ambiente da Juventude, convocada pela juventude, para a juventude. Teremos diálogos de liderança sobre finanças, ciência, dados e digitalização, e sobre multilateralismo. Teremos um dia dedicado a reunir os muitos acordos ambientais multilaterais que os governos globais assinaram, com o objetivo de criar uma ação unida e ampliada.
A UNEA-6 não resolverá os problemas do mundo da noite para o dia. O que ela vai fazer é unir as nações sob a bandeira da ação ambiental, concentrar mentes e energias em soluções-chave para a tripla crise planetária e orientar o trabalho do PNUMA neste período crítico para as pessoas e para o planeta.
