13 Dec 2019 Notícia Meio Ambiente em estudo

Apoio a financiamentos verdes dobrou desde 2015, apontam dados da ONU

Madrid, 13 de dezembro de 2019 - Enquanto líderes mundiais se reúnem em Madrid para impulsionar a ação climática, números divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) mostram que o número de medidas políticas e regulatórias que apoiam as finanças verdes mais que dobrou desde 2015.

O banco de dados de medidas do PNUMA e da Parceria de Conhecimento para o Crescimento Verde (GGKP, em inglês) mostra que agora existem pelo menos 391 medidas de políticas e regulamentações nacionais e subnacionais sobre finanças verdes em todo o mundo, um aumento de 106% desde 2015. O movimento financeiro está apenas acelerando, segundo o banco de dados, com um recorde de 79 novas medidas implementadas ou anunciadas em 2019.

"Muitos planos transformadores estão sendo implementados para criar sociedades e economias sem carbono e favoráveis ​​à biodiversidade", disse a Diretora Executiva do PNUMA, Inger Andersen. “Esses planos precisam do apoio total e inequívoco do sistema financeiro global. Portanto, embora seja encorajador ver a aceleração do financiamento verde, o sistema financeiro e aqueles que o regulam precisam urgentemente acelerar e conduzir enormes cortes nas emissões de gases de efeito estufa”.

Lançados paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 25) em Madrid, durante uma reunião da Coalizão de Ministros das Finanças para Ação Climática, os números do banco de dados demonstram progresso em determinadas áreas-chave.

Os relatórios e a divulgação são pontos focais das ações políticas e regulatórias, compreendendo aproximadamente 25% de todas as medidas implementadas. Um número crescente de medidas tem como alvo várias classes de ativos, com estruturas de políticas que abordam questões sistêmicas, como o risco climático para o setor bancário, de investimentos e de seguros. Pouco mais de dois terços das medidas estão sendo implementadas em economias desenvolvidas.

"Essas medidas ajudam a esclarecer as responsabilidades das instituições financeiras em relação aos fatores ambientais nos mercados de capital", disse Benjamin Simmons, chefe do GGKP. "Isso inclui o fortalecimento do fluxo de informação do impacto de fatores ambientais no sistema financeiro, como divulgação pública de riscos relacionados ao clima para carteiras de investimentos".

O banco de dados inclui medidas para promover a alocação de capital para setores verdes, como incentivos fiscais para investimentos em ativos verdes e a introdução de estruturas para apoiar o desenvolvimento de produtos (por exemplo, títulos verdes), bem como medidas para fortalecer as práticas de gerenciamento de riscos ambientais dentro das instituições. É o recurso mais abrangente de informações sobre políticas e regulamentações relacionadas a aspectos ambientais das finanças verdes.

“A ação política e regulatória é um fator crítico da transição para um financiamento verde e sustentável. Com esse banco de dados, somos capazes de mapear as maneiras pelas quais os tomadores de decisão estão influenciando as práticas de mercado”, disse Jeremy McDaniels, do PNUMA, que desenvolveu o banco de dados. "Esse tipo de análise pode ajudar as autoridades públicas a aprender com experiências de outras pessoas, aumentar suas ambições e fortalecer a compreensão da repercussão positiva de suas ações".

O GGKP é uma iniciativa liderada pelo Instituto Global de Crescimento Verde (GGGI, em inglês), a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), o PNUMA e o Banco Mundial.

 

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