Em um mundo onde emergências resultantes da mudança climática, como enchentes, temperaturas extremas e incêndios, tornam-se cada vez mais comuns, o futuro pode parecer incerto.
Essa perspectiva é uma incógnita particularmente para as crianças, a juventude e as futuras gerações, vistas por especialista como o grupo mais vulnerável aos impactos da mudança climática.
"Crianças e jovens são os mais impactados pela crise ambiental no mundo hoje, e são os mais ameaçados pela nossa trajetória atual", afirma David Boyd, Relator Especial das Nações Unidas para os Direitos Humanos e o Meio Ambiente.
O Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2021 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) revela que, se quisermos mudar a tendência atual — e manter o aumento da temperatura global bem abaixo de 2 °C, com a meta de 1,5 °C, em comparação com os níveis pré-industriais, de acordo com o Acordo de Paris — a tripla ameaça da mudança climática, perda de biodiversidade e poluição e resíduos precisa ser enfrentada.
“Devemos nos lembrar que a vida das crianças está interligada ao meio ambiente, tudo o que acontece com o meio ambiente as afeta”, afirma Jonas Schubert, oficial de direitos humanos na Terra des Hommes, uma agência implementadora do PNUMA.
O PNUMA recentemente publicou diretrizes e princípios que destacam a importância de proteger o meio ambiente para as futuras gerações e garantir o acesso destas a um meio ambiente sem poluição, saudável e sustentável.
Crianças e jovens são os mais impactados pela crise ambiental no mundo hoje e os mais ameaçados pela nossa trajetória atual.
Os princípios e orientações políticas sobre os direitos das crianças a um meio ambiente saudável na região da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático) têm como foco os dez estados do sudeste asiático que compõem a região, mas tem consequências mais amplas para todo o mundo.
“Todas as crianças na Terra estão expostas a alguma combinação da crise climática, poluição ou declínio da biodiversidade. Aquelas que vêm de comunidades pobres, vulneráveis e marginalizadas enfrentam as piores ameaças ambientais”, disse Boyd.
Ao assinar o STEP-UP, um Compromisso Conjunto assumido por entidades da ONU, o PNUMA se comprometeu a promover os direitos das crianças, dos jovens e das futuras gerações a um meio ambiente saudável. Também se comprometeu a envolvê-los significativamente na tomada de decisões em todos os níveis sobre ação e justiça climáticas.
O PNUMA defende os direitos dos jovens a um meio ambiente sustentável e os envolve cada vez mais no processo. Uma versão adaptada para crianças dos Princípios e Orientações sobre o Direito das Crianças a um Meio Ambiente Saudável na Região ASEAN foi lançada recentemente em resposta a um dos dez Princípios, que afirmava que as crianças devem ter “acesso a informações apropriadas à idade, sensíveis ao gênero, adaptadas à situação local e contextualizadas”.
Em fevereiro do ano passado, o PNUMA lançou o relatório GEO-6 para Jovens. A primeira publicação eletrônica totalmente interativa, escrita por jovens para que estes se envolvam, eduquem e conduzam a juventude à ação ambiental.
Também em fevereiro, o PNUMA patrocinou a Assembleia Mundial de Jovens pelo Meio Ambiente (YEA, na sigla em inglês), organizada pelo Grupo Principal da ONU para Crianças e Jovens. Um dos principais objetivos desta assembleia foi encontrar maneiras de envolver os jovens na elaboração de políticas diante da UNEA-5.
O evento Youth4Climate reuniu 400 jovens líderes climáticos de 186 países para a adoção de uma declaração coletiva a ser apresentada aos ministros antes da COP26.
"Para garantir efetivamente um futuro sustentável para cada criança e para as gerações futuras, devemos envolvê-las na concepção e implementação de soluções", disse Boyd.
Para mais informações, entrar em contato com Soo-Young Hwang: soo.hwang@un.org