Um projeto para produzir embalagens blister farmacêuticas biodegradáveis ganhou o primeiro lugar no concurso Innovation for Sustainable Lifestyles na Costa Rica, organizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pelo Tecnológico de Costa Rica (TEC), com o apoio da Comissão Europeia.
A "Ecoblist" é uma lâmina plástica criada com uso de polímeros biodegradáveis à base de amido de mandioca, resistente ao calor e à umidade. A proposta, apresentada por oito estudantes da Universidade da Costa Rica, visa contribuir para a redução da contaminação por plásticos descartáveis. Os autores argumentam que essa fórmula poderia ter aplicações futuras em projetos de outros recipientes plásticos descartáveis que representem um problema ambiental.
O concurso Inovação para Estilos de Vida Sustentáveis é parte de uma iniciativa regional que foi implementada na Colômbia, Costa Rica e México, da qual participaram cerca de mil estudantes de graduação e pós-graduação.
A equipe "Ecoblist" receberá US$3.000 em assistência técnica para executar seu projeto e participará de um acampamento virtual organizado pelo Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Andes, Colômbia, onde especialistas em eco-inovação ajudarão os vencedores a desenvolver suas ideias.
"O que antes era importante agora é urgente. Essa é uma das lições da pandemia. Hoje está claro que, se queremos resultados positivos duradouros, a recuperação econômica pós-COVID-19 deve integrar a sustentabilidade ambiental e o bem-estar social como prioridade", disse o diretor regional do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) na América Latina e no Caribe, Leo Heileman, no evento virtual de premiação.
"Como União Europeia (UE), estamos muito satisfeitos em apoiar a iniciativa. Isso é parte da nossa prioridade número um, que é o Pacto Verde. Nossa ação tanto dentro como fora da UE tem como objetivo buscar tudo que possa combinar inovação e respeito ao meio ambiente. A produção e o consumo sustentáveis são fundamentais para fazer isso", disse o chefe de cooperação da UE para a América Central, Panamá e Costa Rica, Alberto Menghini.
A competição faz parte do projeto Promoção do Consumo Sustentável na América Latina e Caribe (ICSAL), um programa financiado pela Comissão Europeia, que trabalha com governos, empresas e partes interessadas para implementar políticas que aumentem a sustentabilidade na concepção de produtos, na informação ao consumidor e na promoção de estilos de vida sustentáveis.
O segundo lugar na Costa Rica foi concedido a um projeto que promove o cultivo de jaca (Artocarpus heterophyllus) e a produção de seus derivados para serem comercializados como substitutos da carne vermelha, e o terceiro lugar foi concedido a uma proposta de reutilização de resíduos de construção para a fabricação de concreto reciclado. Ambas as iniciativas foram projetadas por estudantes da TEC.
"A reativação econômica da pandemia é uma oportunidade para nos reinventarmos, para continuarmos inovando e para aproveitarmos a tecnologia em harmonia com o meio ambiente e a saúde das pessoas", disse o vice-ministro de Energia do Ministério do Meio Ambiente e Energia da Costa Rica, Rolando Castro.
O concurso recebeu quinze propostas das cinco universidades públicas da Costa Rica, as quais foram previamente submetidas a um jurado da Rede de Educação Ambiental do Conselho Nacional de Reitores (CONARE), que reúne as instituições de estudo público do país.
Os três vencedores apresentaram seus projetos na quinta-feira, 15 de outubro, durante uma cerimônia virtual de premiação, na qual um júri de alto nível avaliou as propostas. O painel foi composto por Leo Heileman, Alberto Menghini, Rolando Castro, o reitor da TEC, Luis Paulino Méndez, e a coordenadora do curso de Engenharia Ambiental da TEC, Ana Lorena Arias.
O concurso procura estimular o desenvolvimento de iniciativas que favoreçam o consumo e a produção sustentáveis, e encorajar jovens empreendedores a desenvolver ideias comerciais que contribuam para a recuperação econômica pós COVID-19. Um sistema para maximizar o uso da tecnologia de energia solar venceu o concurso no México em 30 de setembro, e uma empresa digital que integra hidropônicos e aquicultura foi premiada na Colômbia em 13 de outubro.
Sobre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)
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*Tradução de Laura Larré, UNV Online