O Rei Charles III visitou 50 Escoteiros e Guias de Meninas na Praia de Nyali, no sudeste do Quênia, durante a visita real da semana passada, destacando o trabalho do Tide Turners, um movimento global de jovens liderado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) para combater a poluição plástica.
O rei conheceu os escoteiros e as guias de todo o país que têm educado milhares de jovens sobre como mudar seus hábitos em relação ao plástico, engajando políticos locais e trabalhando para limpar praias em todo o Quênia.
A visita real também destacou o lançamento bem-sucedido do Tide Turners em mais de 50 países – envolveu mais de 780 mil pessoas desde seu lançamento em 2019 –, fazendo com que os jovens se comprometam a tomar medidas contra o flagelo global dos plásticos.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) tem trabalhado com os Escoteiros, as Guias e outros parceiros na África, Índia e Caribe com o objetivo de mobilizar milhares de jovens para participar da luta contra a poluição plástica e o lixo marinho.
O entusiasmo dos voluntários da Tide Turner foi mostrado em Nyali, com a organização agora um dos maiores movimentos antipoluição de base do mundo.
Argie Muriuki, 28, designer de programas de Nairóbi, foi uma das voluntárias da Tide Turner que conheceu o rei Charles III. "O Tide Turners significa que eu posso trabalhar com jovens para desafiar as normas em torno do uso de plástico, e esses esforços podem realmente ajudar a poluição e conservar o meio ambiente", disse ela.
No ano passado, Muriuki trabalhou com 2 mil meninas em escolas primárias locais, organizando oficinas e limpezas comunitárias. "Também desempenhamos um papel de advocacy", ela disse. "Pudemos sentar com os tomadores de decisão e conseguimos informar a política sobre a gestão de resíduos."
Essa abordagem conjunta é vital para enfrentar a questão da poluição plástica, a qual é um problema global. Todos os anos, 19 a 23 milhões de toneladas de resíduos plásticos vazam para ecossistemas aquáticos, poluindo lagos, rios e mares.
A poluição plástica pode alterar habitats e processos naturais, ao reduzir a habilidade dos ecossistemas de se adaptarem às mudanças climáticas, afetando diretamente os meios de subsistência, a capacidade de produção de alimentos e o bem-estar social de milhões de pessoas.
Como destacado no relatório Fechando a Torneira, do PNUMA, divulgado no início deste ano, uma transformação em todo o sistema é necessária para acabar com a poluição plástica. Isso significa reduzir a produção de plástico, eliminar produtos descartáveis e mudar para sistemas de reutilização e alternativas que não prejudiquem as pessoas e o planeta. E tudo isso deve vir antes da reciclagem, que aborda o fim da vida útil da substância, não a raiz da questão.
Iniciativas lideradas pela comunidade, como as Tide Turners, fazem uma diferença real. Com o movimento continuando a crescer, as comunidades no Quênia e em outros lugares podem esperar por um futuro mais limpo e sustentável para todos.