Países em todo o mundo devem adotar com urgência controles de emissões e sistemas de monitoramento da qualidade do ar, ao menos identificando os piores poluentes, para que possam combater o crescente problema da poluição do ar que tem causado milhões de mortes a cada ano, esta foi a conclusão de cinco academias nacionais.
As Academias de Ciências e Medicina da África do Sul, Brasil, Alemanha, e dos Estados Unidos lançaram um memorando conjunto no dia 19 de Junho, apresentado na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, clamando por uma intensificação do financiamento e das ações globais para enfrentar a poluição do ar.
“Se não dermos urgência a este problema global, a poluição do ar continuará causando uma taxa alarmante de doenças preveníveis, deficiências e mortes, além de custos evitáveis para tratamento” disse Marcia McNutt, presidente da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. “Precisamos agir de maneiro muito mais decisiva. É necessário ter maior investimento público e privado para enfrentar a poluição do ar e fazer frente a escala do problema.”
A poluição do ar causa cerca de 7 milhões de mortes prematuras anualmente, com pessoas mais vulneráveis como mulheres, crianças e os mais velhos expostos a maiores riscos. As evidências científicas demonstram que a exposição a poluentes pode levar a doenças cardíacas, asma, diabetes, eczema, câncer e impactar o desenvolvimento cerebral das crianças.
A poluição do ar também está ligada a mudança climática. Se reduzirmos poluentes de curta duração como o metano, e o carbono negro, poderíamos reduzir o aquecimento global por até 0.5°C nas próximas décadas, ao mesmo tempo evitando 2.4 milhões de mortes prematuras.
De acordo com as academias, as maiores causas da poluição do ar são a queima de combustíveis fósseis e biomassa, efetuada para geração de energia, aquecimento, cozimento, transporte e agricultura. A poluição do ar advinda de combustíveis fósseis é especialmente prejudicial para os humanos ora que ela contém grandes quantidades de matéria particulada, que adentra o corpo e danifica os órgãos.
Com custos econômicos das doenças causadas pela poluição do ar em 176 países em 2015 estimado em US$138 milhões, as academias clamam para que este problema prevenível seja endereçado em prol da mitigação da mudança climática e do desenvolvimento sustentável.
Estas academias recomendam que todos os países deem prioridade a redução da poluição do ar através de controles de emissões em indústrias e incentivos a combustíveis limpos. Quando possível, histórias de sucesso de cidades e países individuais devem ser compartilhadas e usadas como lições por aqueles buscando aprimorar a qualidade do ar.
Um pacto global encorajaria governos, empresas e cidadãos a aumentarem o investimento em medidas relativas a poluição do ar e trabalharem conjuntamente para aprimorar a qualidade do ar em todo o mundo.
“A poluição do ar não esta apenas danificando nosso planeta e contribuindo para a mudança climática mas também terminando prematuramente a vida de milhões de pessoas,” disse Inger Andersen, Diretora Executiva da ONU Meio Ambiente. “É encorajador ver a comunidade científica global se juntando e clamando por ações urgentes neste problema global. É hora de colocar a poluição do ar com prioridade na agenda política.”