O ritmo do desenvolvimento de tecnologias e de mercados eólicos marítimos anda mais rápido do que esperávamos. Turbinas eólicas maiores possibilitaram mais eficiência na produção de energia e diminuição nos custos de eletricidade, abrindo caminho conseguirmos gerar 1.000 gigawatts de capacidade eólica marítima cumulativa até 2050 para cumprir o Acordo de Paris.
Um novo estudo da Agência Internacional de Energia Renovável apresenta opções para acelerar a implantação de energia eólica, tanto terrestre quanto marítima até 2050.
Uma das principais conclusões do relatório é que a implantação acelerada de energias renováveis, combinada à eletrificação e ao aumento da eficiência energética, pode resultar no alcance de mais de 90% da redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) ligadas a energia, necessárias para o cumprimento mundial das metas climáticas de Paris até 2050.
Entre todas as opções de tecnologia de baixo carbono, a implantação acelerada de energia eólica, quando conjugada à eletrificação profunda, contribuiria para mais de um quarto do total de reduções de emissões necessárias, quase 6,3 gigatoneladas de CO2 (Gt CO₂) anualmente, em 2050, segundo o relatório.
“A ampliação de geração de energia eólica marítima e terrestre hoje, não é apenas possível em escala, mas uma vasta oportunidade a ser abraçada por países, empresas e investidores”, diz Niklas Hagelberg, Especialista em Mudanças Climáticas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
A energia eólica pode cobrir mais de um terço das necessidades globais de energia, tornando-se a principal fonte de geração do mundo, segundo o relatório.
A Ásia está pronta para tornar-se o mercado eólico dominante do mundo, respondendo por mais de 50% das instalações eólicas terrestres e 60% das instalações eólicas marítimas até 2050. A capacidade eólica terrestre da Ásia pode crescer de 230 gigawatts em 2018 para mais de 2.600 gigawatts em 2050, diz o relatório.
“Para cumprir as metas climáticas e ajudar a conter o aumento das temperaturas globais, o investimento anual em energia eólica terrestre precisa triplicar de US$ 67 bilhões em 2018 para US$ 211 bilhões em todo o mundo em 2050. O investimento anual em energia eólica marítima precisaria mais do que quintuplicar, de US$ 19 bilhões em 2018 a US$ 100 bilhões em 2050”, segundo o relatório.
“Esses investimentos poderiam ser alcançados, em parte, convencendo investidores, assim como governos, a deixar de subsidiar combustíveis fósseis para investir em energias renováveis”, diz Hagelberg.
"Subsídios a combustíveis fósseis, que custam centenas de bilhões de dólares a cada ano, estão desacelerando o progresso", de acordo com o relatório de Tendências Globais em Investimentos em Energia Renovável de 2019 do Centro de Colaboração da Escola de Frankfurt e do PNUMA. "Os investidores ainda estão financiando usinas a carvão com dezenas de bilhões de dólares a cada ano".
Assim como o lítio é usado em baterias para viabilizar a mobilidade elétrica, o setor eólico apresenta riscos associados a práticas insustentáveis de mineração de metais. Outro risco é o vazamento de hexafluoreto de enxofre, ou SF6, amplamente utilizado na indústria elétrica para evitar curtos-circuitos e acidentes e contribui para o aquecimento global 23.500 mais do que o CO2.
Parques eólicos flutuantes - um divisor de águas?
Uma inovação que o relatório da Agência Internacional de Energia Renovável prevê é o surgimento de parques eólicos flutuantes.
“As fundações flutuantes são uma tecnologia revolucionária para explorar efetivamente o potencial eólico abundante em águas profundas [...] Os parques eólicos flutuantes podem cobrir cerca de 5 a 15% da capacidade global instalada de energia eólica marítima (quase 1.000 gigawatts) até 2050”, diz o documento.
Enquanto isso, o Centro Colaborador da Escola de Frankfurt-PNUMA aponta para as notáveis mudanças que ocorreram na última década.
“No final da década de 2010 a 2019, espera-se que as duas principais tecnologias de energia renovável representem 18% da capacidade global de geração, após o investimento de US$ 2,4 trilhões em novos projetos ao longo dos 10 anos”, afirma.
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