Declaração preparada para entrega na conferência de imprensa de lançamento do Resumo para Formuladores de Políticas da contribuição do Grupo de Trabalho I para o 6º Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas intitulado “Mudanças Climáticas 2021: as bases das ciências físicas"
Abdalah Mokssit, Secretário, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
Petteri Taalas, Secretário Geral, Organização Meteorológica Mundial
Dr. Hoesung Lee, Presidente, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
Agradeço ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), aos autores e a todos os envolvidos neste último alarme climático. Seu trabalho é particularmente apreciado devido à interrupção que a COVID-19 causou.
Você tem nos falado por mais de três décadas sobre os perigos de permitir o aquecimento do planeta. O mundo escutou, mas não ouviu. O mundo escutou, mas não agiu com força suficiente. Como resultado, a mudança climática é um problema que está aqui, agora. Ninguém está seguro. E está piorando mais rápido.
Devemos tratar as mudanças climáticas como uma ameaça imediata, assim como devemos tratar as crises conectadas da natureza e da perda de biodiversidade, e da poluição e do lixo, como ameaças imediatas. Conforme observado recentemente pelo IPCC e pela Plataforma de Política Científica Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), a mudança climática exacerba riscos já graves para a biodiversidade e para os habitats naturais e manejados. A degradação do ecossistema prejudica a capacidade da natureza de reduzir a força das mudanças climáticas. E, como o relatório do Grupo de Trabalho I do IPCC nos lembra, a redução dos gases de efeito estufa não apenas desacelerará a mudança climática, mas também melhorará a qualidade do ar. Está tudo conectado.
É hora de levar a sério porque cada tonelada de emissão de CO2 contribui para o aquecimento global. Como a UNFCCC observou na semana passada, apenas 110 das 191 Partes da Convenção apresentaram NDCs novos ou atualizados antes do próximo COP climático. Os governos precisam tornar seus planos de emissões líquidas zero uma parte integrante dos compromissos de Paris. Eles devem financiar e apoiar os países em desenvolvimento para se adaptarem às mudanças climáticas, conforme prometido no Acordo de Paris. Devem descarbonizar mais rápido. Restaurar os sistemas naturais que absorvem o carbono. Eliminar o metano e outros gases de efeito estufa mais rapidamente. Apoiar a Emenda Kigali ao Protocolo de Montreal para reduzir o impacto climático da indústria de refrigeração. E cada empresa, cada investidor, cada cidadão precisa fazer sua parte.
Não podemos desfazer os erros do passado. Mas esta geração de líderes políticos e empresariais, esta geração de cidadãos conscientes, pode consertar as coisas. Esta geração pode fazer as mudanças sistêmicas que vão impedir o aquecimento do planeta, ajudar todos a se adaptarem às novas condições e criar um mundo de paz, prosperidade e equidade.
As mudanças climáticas estão aqui, agora. Mas, nós também estamos aqui, agora. E se não agirmos, quem o fará?
Obrigada,
Diretora Executiva