A janela para tomar medidas climáticas urgentes está se fechando rapidamente. A menos que os países aumentem drasticamente seus esforços para combater a crise climática, o mundo enfrenta uma catástrofe global, advertiu hoje o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres.
Os comentários de Guterres vêm após o lançamento do Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2022, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que mostra que sob as atuais Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), o mundo está se dirigindo para 2,8°C de aquecimento global até o final do século.
Simplificando, as NDC são planos de ação climática para reduzir as emissões e adaptar-se aos impactos climáticos. Cada parte do Acordo de Paris é obrigada a estabelecer as NDCs e atualizá-las a cada cinco anos. Apesar de um apelo para o fortalecimento das CNDs para 2030, o relatório do PNUMA conclui que o progresso desde a COP26 em Glasgow no ano passado tem sido inadequado.
"As recomendações do relatório de hoje são claras", disse Guterres. " Acabar com nossa dependência de combustíveis fósseis. Evitar novas infraestruturas de combustíveis fósseis. Investir maciçamente em energias renováveis".
"Os compromissos com emissões líquidas zero valem zero sem os planos, políticas e ações para apoiá-lo. Nosso mundo não pode se dar ao luxo de mais greenwashing, falsas movimentações ou atrasos nas movimentações", acrescentou ele. "Devemos fechar a lacuna das emissões antes que a catástrofe climática se se feche sobre todos nós".
O aviso de Guterres vem menos de duas semanas antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP27), onde os líderes globais discutirão formas de enfrentar a emergência climática - desde a construção de resiliência e adaptação a seus impactos até o financiamento de ações climáticas.
À medida que os impactos climáticos se intensificam, o Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2022 conclui que somente uma transformação urgente em todo o sistema pode evitar um desastre climático acelerado. O relatório analisa como realizar essa transformação através de ações nos setores de fornecimento de eletricidade, indústria, transporte e construção, e nos sistemas financeiro e alimentar.
O PNUMA está na vanguarda dos esforços para apoiar o objetivo do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura global bem abaixo de 2° C e visando - para ser seguro - por 1,5°C, em comparação com os níveis pré-industriais. Na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP27), o foco será a adaptação, finanças e uma transição justa para um futuro com baixo teor de carbono. Você pode fazer sua parte, agindo agora para reduzir seu próprio consumo e manifestando suas preocupações sobre o futuro do planeta.